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O TDAH é um transtorno hereditário?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) provoca dificuldade no nível de atenção e foco da pessoa, fazendo com que ela seja mais inquieta, agitada, impaciente e, frequentemente, impulsiva. O transtorno tem uma forte influência genética, o que significa que existe uma tendência para que ele seja transmitido de pais para filhos, mas há vários fatores que podem influir se ele vai se manifestar ou não e de que forma.

O que é um uma doença ou transtorno hereditário?

Uma doença hereditária ou um transtorno hereditário, é uma condição de saúde causada por alterações genéticas passadas dos pais para os filhos. Essas alterações podem ser de diferentes tipos, incluindo mutações em genes específicos, cromossomos anormais ou anormalidades no número de cromossomos.

Embora os transtornos ou doenças hereditárias possam ser transmitidos de geração para geração em uma família, nem todas as pessoas que herdam a mutação genética desenvolvem a doença ou transtorno hereditário associado a ela. Existem vários fatores que podem determinar se uma doença hereditária se manifestará ou não em uma pessoa, tais como:

Penetrância – refere-se à probabilidade de uma pessoa com uma mutação genética desenvolver a doença ou transtorno que essa mutação tem a possibilidade de causar, sendo que a probabilidade pode variar dependendo da mutação e da doença ou transtorno em questão.

  • Penetrância alta – alguns genes podem ter uma penetrância alta, o que significa que a maioria das pessoas com a mutação desenvolverá a doença;
  • Penetrância baixa – outros genes podem ter uma penetrância baixa, o que significa que apenas algumas pessoas com a mutação desenvolverão a doença;
  • Fatores que podem afetar a penetrância – além disso, a penetrância também pode ser influenciada por fatores genéticos e ambientais adicionais.

Expressividade – diz respeito à gravidade dos sintomas da doença em pessoas com a mutação. Algumas pessoas podem ter sintomas graves, enquanto outras podem ter sintomas leves ou nenhum sintoma.

Fatores ambientais – alguns fatores ambientais, como dieta, estilo de vida, exposição a substâncias tóxicas ou a presença de outras doenças, podem influenciar se uma pessoa desenvolverá ou não a doença ou o transtorno hereditário.

Herança genética – a forma como a doença é herdada também pode influenciar se ela se manifestará ou não.

  • Gene dominante – algumas doenças ou transtornos são herdados de forma dominante, o que significa que uma única cópia do gene mutado é suficiente para causar a doença;
  • Gene recessivo – outros são herdados de forma recessiva, o que significa que ambos os pais devem transmitir uma cópia do gene mutado para que a doença se manifeste.

Ou seja, a manifestação de um transtorno ou doença hereditária é determinada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais. A presença de uma mutação genética em si não é necessariamente suficiente para garantir o desenvolvimento da doença.

Qual a diferença entre doença hereditária e doença genética?

Embora as doenças ou transtornos hereditários e as doenças genéticas estejam relacionadas à genética, elas têm diferenças importantes:

Doença hereditária – é uma doença que é passada de pais para filhos através dos genes. A doença pode ser causada por mutações genéticas, mas também pode ser causada por outros fatores, como traumas ou exposição a substâncias nocivas. As doenças hereditárias podem ser dominantes ou recessivas, dependendo de como são transmitidas pelos genes.

Doença genética – é uma doença causada por uma ou mais mutações genéticas. As mutações genéticas podem ocorrer espontaneamente ou serem herdadas dos pais. As doenças genéticas são causadas por alterações no DNA que afetam a produção ou a função de proteínas no corpo. Algumas doenças genéticas são hereditárias, mas outras podem ser causadas por mutações que ocorrem aleatoriamente.

Então, todas as doenças hereditárias são genéticas, mas nem todas as doenças genéticas são hereditárias. Isso porque as doenças hereditárias só podem ser transmitidas de pais para filhos por meio de genes, enquanto as doenças genéticas podem ser herdadas ou acontecer espontaneamente.

O TDAH é ou não um transtorno hereditário afinal?

O que se sabe atualmente é que o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade tem uma forte influência genética, o que significa que há uma tendência para que ele seja transmitido de pais para filhos. Mas o TDAH não é um transtorno hereditário no sentido de que é causada por um único gene. As pesquisas mostram que há vários genes envolvidos e que o risco genético depende da interação com fatores ambientais para levar a um quadro de TDAH, por exemplo:

  • Consumo de substância na gestação – alguns estudos indicam que fumar cigarro durante a gravidez aumenta o risco para o transtorno no bebê;
  • Prematuridade e baixo peso – bebês que nascem antes do tempo e/ou com baixo peso ao nascer, ou seja, menos do que 2,5 kg, têm mais risco de desenvolver o problema.

Em resumo, embora haja uma forte influência genética no TDAH, ele não é uma doença hereditária causada por um único gene, sendo influenciado por uma variedade de fatores genéticos e ambientais.

Quais são os sinais e sintomas de TDAH?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade é um quadro neurobiológico que provoca dificuldade no nível de atenção e foco da pessoa, fazendo com que ela seja mais inquieta, agitada, impaciente e, frequentemente, impulsiva. A estimativa é que até 8% da população mundial tenha TDAH, cujos sintomas podem ser divididos em duas categorias de questões comportamentais:

  • Desatenção (dificuldade de concentração e foco);
  • Hiperatividade e impulsividade.

É possível que o transtorno se manifeste sem os sintomas de uma das duas categorias comportamentais. O TDAH é mais comum em meninos, sendo que nas meninas é mais frequente que o transtorno cause apenas sintomas de desatenção, o que faz com que seja mais difícil de ser percebido e diagnosticado.

Principais sintomas de desatenção em crianças e adolescentes

  • Ter dificuldade em organizar tarefas
  • Conseguir manter a atenção só por um período curto e distrair-se facilmente;
  • Não conseguir se dedicar a tarefas tediosas ou demoradas;
  • Cometer erros por descuido;
  • Parecer esquecido ou perder coisas;
  • Parecer que não consegue ouvir ou executar instruções;
  • Mudar constantemente de atividades ou tarefas.

Principais sintomas de hiperatividade e impulsividade em crianças e adolescentes

  • Estar constantemente inquieto;
  • Ser incapaz de ficar parado, movimentando-se excessivamente;
  • Conversar excessivamente;
  • Interromper conversas;
  • Ser incapaz de esperar a sua vez;
  • Ser incapaz de se concentrar em tarefas;
  • Agir sem pensar;
  • Ter pouca ou nenhuma noção de perigo.

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Referências

https://www.nhs.uk/conditions/attention-deficit-hyperactivity-disorder-adhd/symptoms/ – acesso em 13/02/2022.


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