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Depressão e os efeitos causados pelo isolamento social

Em 2017, a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou o relatório ‘Depression and Other Common Mental Disorders’ (Depressão e Outros Transtornos Mentais Comuns), a partir de dados coletados em 2015. Naquela época, a proporção da população global com depressão era estimada em 4,4%, ou seja, mais de 300 milhões de pessoas.

No Brasil, ainda de acordo com o relatório da OMS, a depressão atingia 5,8% (11,5 milhões de pessoas) e transtornos de ansiedade acometiam 9,6% (18,6 milhões).

Segundo a OMS, as causas da depressão são complexas e envolvem fatores sociais, psicológicos e biológicos. Entretanto, quem passa por algum evento de forte impacto na vida apresenta mais chances de ter depressão. Ou seja, desemprego, luto ou algum trauma pode desencadear o transtorno.

Além disso, é como “uma bola de neve”: a pessoa com depressão pode sentir mais estresse, impactando ainda mais a sua vida e a própria depressão de maneira negativa.

Impacto do coronavírus

Se fosse feito um levantamento hoje, não há dúvidas de que o número de pessoas sofrendo de depressão seria ainda mais significativo. O motivo, claro, é a pandemia de Covid-19.

Nestes tempos de isolamento social, não é raro que as pessoas sintam solidão, angústia e medos, seja de perder o emprego ou seja de contrair o novo coronavírus. Uma profunda depressão também pode ocorrer quando perdemos parentes ou amigos durante esta pandemia, sem sequer poderem ser velados.

Autoavaliação

Já que o ideal é não correr para o pronto-socorro, onde logicamente os profissionais da saúde estão mais envolvidos – de forma brilhante, aliás – com o tratamento de pacientes com sintomas de Covid-19, a ideia inicial é fazer uma autoavaliação.

Tem uma profunda sensação de tristeza? Não tem vontade de fazer absolutamente nada, dia após dia? Percebe que você mesmo está se desvalorizando? Tem sentimento de culpa por tudo? Faz previsão negativa do futuro? Faz avaliação negativa das outras pessoas? As barreiras que enxerga à sua frente parecem intransponíveis e sem saída? Queria colocar um fim a tudo?

Além disso, analise se tem cansaço excessivo, insônia à noite ou sonolência durante o dia todo, mal-estar. Outra avaliação é se houve alteração de seu apetite, para menos ou para mais.

Sem pânico

Mesmo que tenha um ou vários dos sintomas citados acima, não é motivo de pânico. Esforce-se para reverter… Ocupe o seu dia, faça atividades que lhe tragam prazer. Coloque uma música alegre, dance, pratique uma atividade física dentro de casa. Se vai assistir TV, prefira um programa que vá lhe deixar de alto astral, como comédias, por exemplo.

Rir é uma importante iniciativa para combater a depressão. O Dr. Eduardo Lambert, médico homeopata, escreveu um livro a respeito disso: “A Terapia do Riso”. Rir e sentir alegria chegam até a ser mecanismos naturais de autocura. Isso porque a sensação de bem-estar ativa a produção de algumas substâncias no cérebro, que reduzem o estresse e a depressão, assim como protegem contra problemas cardíacos e AVC (acidente vascular cerebral).

O relacionamento com outras pessoas, bater papo, é outro ponto fundamental contra a depressão. A quarentena não é justificativa para se isolar de amigos e familiares, que moram ou não juntos, porque podemos estar em contato por voz ou vídeo ou ainda por escrito. “O suporte e as relações sociais são favoráveis para a saúde mental, como um todo”, avisa o médico psiquiatra Dr. Henrique Gonçalves Ribeiro, do Hospital Sírio-Libanês e do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Meditação

Outra iniciativa que vai ajudar quem quer evitar ou até quem já está sofrendo de depressão é praticar meditação. Há alguns aplicativos para celular e alguns vídeos no YouTube que ensinam a prática e, inclusive, oferecem meditação guiada.

A meditação permite, além do relaxamento e promoção de bem-estar, que a pessoa faça como uma reprogramação mental. É que cada pessoa tem um modelo mental, uma forma de pensar e encarar a vida. Com depressão, nosso ponto de vista tende para o negativo, o depreciativo. A ideia, então, é aprender a substituir os pensamentos negativos por pensamentos positivos.

Por fim, mas não menos importantes, estão a atenção ao consumo de alimentos saudáveis e à ingestão de bastante água diariamente, aos cuidados com você mesmo, incluindo boas noites de sono e cuidando do rosto e do corpo. Tudo o que aumentar sua autoestima não pode ser deixado de lado.

Em momentos mais difíceis, em que sinta a necessidade de falar com um especialista, vários profissionais da saúde estão reservando um tempo de sua agenda para dar assistência e apoio virtual a quem precisa.

Ninguém estava preparado para a atual crise. Muitos estão sofrendo. Só não podemos desistir. Temos que erguer a cabeça e seguir em frente. Ainda não sabemos quando, mas a pandemia de Covid-19 será superada. E precisamos estar bem para quando isso acontecer.

www.who.int/health-topics/depression#tab=tab_1
www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/depression
saude.gov.br/saude-de-a-z/depressao
www.vittude.com/blog/atitudes-que-ajudam-no-tratamento-da-depressao/

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