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Fobia social pode prejudicar cotidiano de jovens

A fobia social é um transtorno que se caracteriza pelo medo e ansiedade por ter que lidar com situações sociais, de momentos cotidianos – desde uma refeição em um restaurante até outros eventos mais pontuais, como festas e discursos públicos. Diferente da timidez, o transtorno de ansiedade social acontece com grande intensidade e se mantém a longo prazo, prejudicando a vida da pessoa. É um problema comum e tratável.  Acredita-se que 13% da população mundial pode desenvolver fobia social durante a vida.

O que é fobia social?

É um tipo de transtorno de ansiedade que gera um sentimento de medo que não passa e sobre o qual a pessoa sente que não tem controle. Geralmente se manifesta quando a pessoa se depara com situações em que pode ser vista, avaliada ou julgada, mesmo que em atividades cotidianas. Dessa forma, afeta a autoconfiança, relacionamentos e o desempenho na vida profissional ou escolar.

Alguns momentos cotidianos que podem causar ansiedade em pessoas com fobia social são:

  •  Falar em público;
  •  Conhecer novas pessoas;
  •  Entrevistas de emprego;
  •  Responder perguntas em sala de aula;
  •  Falar com algum atendente em uma loja;
  •  Usar um banheiro público;
  •  Comer e beber na frente de outras pessoas.

As sensações de angústia e medo podem aparecer semanas antes dessas situações acontecerem. Algumas pessoas com fobia social evitam lugares ou eventos que causam esses sentimentos, outras continuam realizando as atividades, mas sob estresse e ansiedade intensos. O transtorno de ansiedade social pode ser classificado em três estágios de gravidade dos sintomas:

Ansiedade social leve – Nesse caso, apesar de apresentar sintomas físicos e psicológicos de fobia social, a pessoa ainda participa ou suporta algumas situações. Pode acontecer também dos sintomas se manifestarem apenas em alguns momentos, não em toda interação social.

Ansiedade social moderada – Uma pessoa com transtorno de ansiedade social moderado pode apresentar sintomas físicos e psicológicos de fobia social, evitando situações sociais.

Ansiedade social extrema – Nesse estágio, a pessoa pode sentir sintomas mais intensos, como um ataque de pânico, ao enfrentar situações de convívio social. Por isso, evitam esses momentos a todo custo. Provavelmente apresenta sinais de fobia social em todas as situações sociais.

Quais as causas e fatores de risco da fobia social?

Acredita-se que o transtorno tenha relação com a herança genética, mas há indicativos que o ambiente também influencia seu desenvolvimento. Isso porque traumas psicológicos, como bullying ou rejeição, e a educação dada pelos pais pode afetar a percepção social de um indivíduo.

No funcionamento do organismo, a causa por vezes é explicada como uma característica da amígdala cerebelosa, dois pequenos grupos de neurônios nos dois hemisférios do cérebro, que controlam as emoções. Dessa forma, em algumas pessoas o controle pode ser mais intenso, causando propensão a sentimentos como o medo e a ansiedade.

A idade média que o transtorno de ansiedade social começa a se manifestar é na adolescência, especialmente entre 15 e 16 anos. Se não tratada, a fobia social pode perdurar pelo restante da vida. A predominância também é maior entre mulheres.

Quais são os sinais e sintomas da fobia social?

Os sinais e sintomas do transtorno de ansiedade social são:

  • Preocupação com atividades cotidianas, como conhecer estranhos, iniciar conversas, falar ao telefone, trabalhar ou fazer compras;
  • Evitar atividades que envolvem contato com outras pessoas, como conversas em grupo, comer com companhia e festas;
  •  Sofrimento por antecipação por medo de fazer algo que acha que é vergonhoso, como corar, suar ou parecer incompetente;
  • Dificuldade em fazer qualquer atividade quando outras pessoas estão assistindo – sentimento de que está sendo observado e julgado o tempo todo;
  • Medo intenso de ser criticado;
  • Evitar contato visual;
  • Ter baixa autoestima;
  •  Sintomas físicos, como: sudorese, tremores, bochechas coradas, batimentos cardíacos acelerados, corpo com musculatura rígida e ânsia de vômito;
  • Ataques de pânico, com uma sensação avassaladora de medo e ansiedade, geralmente apenas por alguns minutos.

Embora menos comum, a fobia social também pode afetar crianças. Nelas, os sinais e sintomas podem se manifestar de forma diferente, por exemplo:

  • Chorar e demonstrar mais raiva ou chateação com mais frequência do que o habitual;
  • Evitar interação com outras crianças e adultos;
  •  Demonstrar medo de ir à escola ou participar de atividades em sala de aula, apresentações escolares e eventos sociais;
  •  Não fazer amigos na escola;
  •  Dependência excessiva de pais ou cuidadores.

Em casos mais graves, a fobia social também pode levar a outros problemas de saúde mental, como a depressão, o transtorno de ansiedade generalizada ou o transtorno do pânico. Por isso, é importante buscar ajuda profissional caso esses sinais e sintomas citados estejam causando impacto no cotidiano há mais de seis meses.

Qual a diferença entre fobia social e timidez?

Em muitos casos, a fobia social começa com a timidez na infância e progride durante a adolescência. No entanto, para diferenciar, é preciso compreender que:

  • Uma pessoa com timidez consegue se preparar e driblar a angústia em situações sociais, já quem tem fobia social não, pois a ansiedade antecipatória é incapacitante;
  • Os sentimentos de medo, ansiedade e angústia são muito mais intensos e incontroláveis na fobia social do que na timidez.

Além disso, para uma pessoa ser diagnosticada com transtorno de ansiedade social, é levado em consideração se ela apresenta os sintomas que prejudicam o cotidiano há mais de seis meses.

Como é o tratamento para fobia social?

Vários tratamentos estão disponíveis para o transtorno de ansiedade social. Algumas das principais opções são:

Terapia cognitivo-comportamental – é um tipo de psicoterapia apoiada por pesquisas. Nela é possível identificar padrões de pensamento e comportamentos negativos, assim como tentar alterá-los. Também é possível aprender diferentes maneiras de pensar, se comportar e reagir a situações para sentir-se menos ansioso e com medo.

Medicamentos – diferentes tipos de medicamentos podem ser efetivos, desde antidepressivos e ansiolíticos a outros que possam amenizar os sintomas físicos.

Tanto a psicoterapia quanto a medicação podem levar algum tempo para funcionar. Em qualquer que seja o tratamento, é importante combiná-lo a um estilo de vida saudável, com foco no combate à ansiedade. Insira no cotidiano:

  • Horas suficientes de sono;
  • Exercícios físicos;
  • Dieta saudável;
  • Recorrer à família e amigos em quem confia para obter apoio.

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