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Sinais de depressão infantil nem sempre são fáceis de identificar

Sintomas clínicos de depressão podem ter uma prevalência estimada de 25,2% em crianças e adolescentes, segundo pesquisa realizada pela Universidade de Calgary, no Canadá, entre 2016 e 2020. O diagnóstico nem sempre é rápido, pois os sinais de depressão infantil podem ser confundidos com outros comportamentos emocionais da criança. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que a doença se agravou durante a pandemia e o número de casos de depressão em crianças entre seis e 12 anos aumentou de 4,5% para 8% na última década. Continue a leitura e saiba:

  • A depressão infantil realmente ocorre?
  • Como a depressão infantil é diagnosticada?
  • Quais são os sinais e sintomas da depressão infantil?
  • Quais são as causas da depressão infantil?
  • Como é o tratamento da depressão infantil?
  • Como os responsáveis podem ajudar crianças com depressão?

A depressão infantil realmente ocorre?

Ao contrário do que muitos pensam, depressão não é exclusividade dos adultos e crianças também podem desenvolver a doença. Das 300 milhões de pessoas que sofrem de depressão, cerca de 2% são crianças. Até a década de 70, pensava-se que a depressão infantil não existia. Só a partir de então é que os profissionais de saúde começaram a dar maior importância a esse transtorno e pesquisas foram desenvolvidas, comprovando que as condições depressivas dos adultos também poderiam aparecer em crianças.

A depressão infantil pode desencadear vários outros transtornos, como anorexia e bulimia. Normalmente, ela se manifesta a partir de uma situação traumática, como:

  • Separação dos pais;
  • Mudança de colégio;
  • Morte de uma pessoa querida ou animal de estimação;
  • Medos e aflições de abandono e rejeição;
  • Abuso físico e sexual.

Como a depressão infantil é diagnosticada?

Diagnosticar depressão é mais difícil nas crianças porque os sinais e sintomas podem ser confundidos com alterações emocionais e psicológicas normais da idade, como mau comportamento, birra, mau humor, tristeza e agressividade.

Por ser um transtorno mental impossível de ser comprovado por exames laboratoriais ou de imagens, o diagnóstico da depressão é realizado por um psiquiatra, baseado nos sinais e sintomas apresentados pela criança. Para confirmar o diagnóstico, o Manual de Estatística e Diagnóstico de Transtornos Mentais estipula que a criança deve apresentar pelo menos cinco sinais e sintomas determinados pelo documento, com duração de duas semanas, no mínimo.

A maioria das crianças com depressão apresenta uma mudança significativa nas atividades de rotina, como perda de interesse na escola ou em atividades sociais, desempenho acadêmico ruim ou mudança na aparência.

  • Importante: não é porque uma criança parece triste que ela tem depressão. O que diferencia a depressão das tristezas do dia-a-dia é a intensidade, a persistência e as mudanças em hábitos normais das atividades da criança.

Quais são os sintomas e sinais de depressão infantil?

A depressão em crianças tem suas próprias características. Os sinais e sintomas variam conforme a situação e ambiente que a criança se encontra e podem ser os seguintes:

  • Irritação ou raiva;
  • Sentimentos contínuos de tristeza e desesperança;
  • Retraimento social;
  • Comportamento sensível à rejeição;
  • Alterações no apetite, que pode aumentar ou diminuir;
  • Insônia ou sono excessivo;
  • Explosões vocais ou choro;
  • Problemas de concentração;
  • Fadiga e baixa energia;
  • Queixas físicas, como dores de estômago e/ou de cabeça, que não passam;
  • Problemas durante atividades em casa ou com amigos, na escola, entre outros locais;
  • Sentimentos de inutilidade ou culpa;
  • Pensamentos de morte ou suicídio.

Quais são as causas da depressão infantil?

Os fatores que causam a depressão em crianças podem ser de origem genética, psicológica e social.

Fatores genéticos – crianças têm mais chances de desenvolver depressão quando um dos pais, ou ambos, também possui a doença.

Fatores psicológicos – situações de estresse ou trauma, como acidentes e perdas; mudanças abruptas de cidade ou escola e separação dos pais; eventos traumáticos, como abusos; entre outras situações, podem contribuir para o surgimento da depressão.

Fatores sociais – como viver em um ambiente estressante ou socialmente marginalizado. No caso das crianças, rejeições ou bullying na escola são grandes contribuintes para o desenvolvimento do problema.

Fatores neuroquímicos – alguns especialistas afirmam também que algumas alterações químicas no podem ocorrer no cérebro e afetar os neurotransmissores, especificamente aqueles ligados a sensações como prazer e bem-estar. Isso faz com que a pessoa seja mais suscetível a desenvolver a depressão.

Como é o tratamento da depressão infantil?

Ao primeiro sinal de depressão, os responsáveis devem encaminhar a criança ao médico psiquiatra para que diagnostique e recomende os tratamentos mais adequados para cada caso, que podem ser:

  • Medicamentos antidepressivos;
  • Psicoterapia;
  • Psicoeducação, para orientação de pais e professores;
  • Estímulos à socialização da criança, com participação em atividades recreativas e esportivas. 

Na maioria das vezes, o apoio da família e a psicoterapia são suficientes. Somente a partir dos 6 anos de idade, pode ser necessário, em alguns casos, intervir com medicamentos.

Como os responsáveis podem ajudar crianças com depressão?

Conviver com uma criança com depressão pode não ser uma tarefa fácil. Mas é possível adotar algumas estratégias para que ela ganhe confiança e consiga superar a depressão, tais como:

  • Respeitar os sentimentos da criança, mostrando que os compreende;
  • Incentivar a criança a desenvolver atividades que gosta, sem causar pressão;
  • Elogiar a criança sobre pequenos atos e não a repreender de forma abrupta na frente de outras pessoas;
  • Dar atenção à criança, recordando que ela pode contar com o apoio dos pais, familiares e professores;
  • Levar a criança para brincar com outros amigos para aumentar a interação;
  • Não deixar a criança brincar ou ficar sozinha no quarto assistindo televisão ou jogando videogames;
  • Incentivar uma alimentação saudável;
  • Manter o quarto confortável para ajudar a criança a dormir bem.

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