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TDAH – O que é hiperfoco?

De maneira geral, o hiperfoco consiste na concentração máxima e duradoura em uma única tarefa. Nessa situação, a pessoa pode passar horas a fio jogando videogame, assistindo televisão ou trabalhando em um projeto profissional, sem perceber o que acontece ao seu redor. Embora o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) esteja intimamente ligado a dificuldade em manter o foco, o contrário também acontece.

Continue a leitura para entender a relação entre TDAH e hiperfoco, o que isso sintoma causa e como gerenciá-lo para evitar problemas na vida pessoal, nos estudos e na profissão.

O que é o hiperfoco no TDAH?

É bastante comum que pessoas com TDAH tenham dificuldade em manter a atenção. Esse, inclusive, é um dos principais sintomas que apoiam o diagnóstico do distúrbio. Mas, o hiperfoco, que é o oposto disso, também pode ser uma característica do transtorno.

  • Hiperfoco – faz com que a pessoa permaneça absorta em uma atividade, geralmente prazerosa, ignorando o que acontece em sua volta.

Isso acontece porque, na verdade, o TDAH está relacionado a um desequilíbrio do controle de atenção. Assim, quem apresenta o problema tem dificuldade em manter o comando sobre o nível e a duração da concentração.

Como o hiperfoco afeta crianças e adultos com TDAH?

Manter o foco em uma atividade é algo positivo. O problema é que o hiperfoco em pessoas com TDAH faz com que elas percam o controle da intensidade e do tempo empreendido em uma única tarefa. Para as crianças, esse comportamento pode causar prejuízos como:

  • Problemas no rendimento escolar – já que a tendência do hiperfoco é a concentração máxima em atividades divertidas, as crianças podem passar horas brincando ou jogando vídeo game, esquecendo as tarefas da escola ou de estudar para uma prova;
  • Conflitos de convivência em casa – o hiperfoco faz com que as crianças percam a noção do que acontece ao redor, ignorando o chamado ou uma orientação importante dos adultos, o que acaba gerando conflitos entre pais e filhos;
  • Dificuldade de socializar – com o nível de atenção totalmente voltado a um jogo, a criança pode permanecer o dia todo sozinha no quarto, sem se comunicar com outras pessoas.

No caso de adultos com TDAH, o hiperfoco pode ser tão prejudicial quanto para as crianças. Essa prática, certamente, interferirá nos seguintes aspectos:

  • Produtividade no trabalho – mantendo o foco em um único projeto ou atividade, aumentam as chances do profissional esquecer reuniões e entregas importantes, que interferirão no rendimento;
  • Convívio social – assim como na vida profissional os adultos com TDAH e hiperfoco estão mais propensos a esquecer os compromissos sociais, seja uma festa de aniversário ou um favor para um amigo;
  • Falta de organização – em geral, essas pessoas se desorganizam e têm dificuldade em gerenciar o tempo, acumulando tarefas.

O que causa o hiperfoco no TDAH?

Assim como a desatenção, estudos indicam que o hiperfoco no TDAH é provocado por mudanças no lobo frontal do cérebro. É nessa área que se concentram mais ativamente a dopamina, neurotransmissor que ajuda no controle da atenção.

A falta de dopamina nessa região cerebral faz com que a pessoa com TDAH apresente dificuldade em transferir a atenção para atividades menos prazerosa, permanecendo naquilo que é considerado mais divertido e recompensador de alguma maneira.

  • Pessoas com TDAH tendem a se sentir ainda mais atraídas por atividades de resposta rápida, ou seja, em que a recompensa é imediata.

Como gerenciar o hiperfoco no TDAH?

Existem algumas formas de gerenciar o hiperfoco. Mas elas, certamente, exigirão esforço de quem sofre com o problema, assim como amigos e familiares, especialmente no caso das crianças. Confira as recomendações a seguir!

Gerenciamento do hiperfoco na infância:

  • Rotina – os pais devem criar uma rotina de horários para o desempenho de todas as tarefas das crianças durante a semana;
  • Horários – o tempo de permanência no telefone celular, televisão ou vídeo game deve ser monitorado;
  • Paciência – especialistas recomendam paciência aos pais na hora de chamar a atenção dos filhos para desligarem a tevê, por exemplo, pois a ideia é que, com o tempo, as crianças aprendam a gerenciar esse tempo sozinhas;
  • Diálogo – é importante conversar sobreTDAH e hiperfoco com as crianças para saber se elas percebem os sintomas e encontrarem, juntos, uma maneira de gerenciar o problema.

Gerenciamento do hiperfoco na fase adulta:

  • Interesse – reflita sobre as atividades que mais costumam atrair a sua atenção;
  • Tempo – utilize um cronômetro ou alarme para identificar quanto tempo gasta com as atividades cotidianas, para depois definir prazos de execução;
  • Metas – estipule metas para realização das tarefas e faça intervalos curtos entre uma e outra;
  • Atenção e relaxamento – pratique exercícios de atenção e relaxamento;
  • Atividades – evite atividades que costumam atrair a sua atenção na hora de dormir ou que anteceda uma tarefa importante e menos prazerosa;
  • Autoconsciência – se perceber o estado de hiperfoco, mude de posição na cadeira, levante ou faça qualquer outro movimento para sair dessa condição.

Quais são outros sintomas de TDAH?

Além do hiperfoco e da desatenção há outros sintomas bem característicos de TDAH como:

  • Dificuldade em esperar;
  • Perder objetos;
  • Dificuldade em seguir as regras;
  • Deixar de prestar atenção aos detalhes;
  • Dificuldade em finalizar trabalhos escolares ou tarefas domésticas;
  • Ter mãos ou pés muito inquietos;
  • Dificuldade em ficar parado;
  • Dificuldade em fazer atividades em silêncio;
  • Falar muito;
  • Interromper ou se intrometer nas conversas, jogos ou atividades de outras pessoas.

Vale ressaltar que no TDAH há subtipos de manifestação e por isso os sintomas variam dessa forma:

  • Predominantemente hiperativo – quando a maior parte dos sintomas se relaciona à hiperatividade e impulsividade;
  • Predominantemente desatento – em que a maioria dos sintomas está voltado para desatenção e distração;
  • Combinado – mistura de sintomas de desatenção e sintomas hiperativos e impulsivos.

Importante: o TDAH tem tratamento e persiste ao longo da vida. Por isso o diagnóstico precoce é extremamente importante para que a pessoa consiga lidar com o problema, gerenciando os sintomas

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