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Por que é importante discutir sobre o TDAH?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um distúrbio neurobiológico caracterizado pelas manifestações de impulsividade, desatenção e hiperatividade. Controlar esses comportamentos é fundamental para a pessoa com o transtorno evitar prejuízos nas relações com as outras pessoas, nos estudos e na vida profissional. Discutir sobre o TDAH ajuda a combater preconceitos, esclarecer informações equivocadas, identificar possíveis sinais e sintomas que possam levar ao diagnóstico precoce e ao tratamento adequado. Confira a seguir.

O que é o TDAH?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade é um distúrbio neurobiológico caracterizado, especialmente, pela desatenção, impulsividade e agitação. O TDAH afeta de 5% a 8% da população mundial e não se sabe exatamente qual a causa dele, mas há alguns fatores genéticos, neurológicos e ambientais que podem contribuir para o desenvolvimento do distúrbio. A condição se divide em três subtipos, de acordo com as características mais proeminentes:

  • Subtipo desatento – a pessoa tem dificuldade em focar nas conversas, instruções e qualquer tipo de detalhe;
  • Subtipo hiperativo-impulsivo – a pessoa tem dificuldade em permanecer quieta por muito tempo. Além disso, é comum interromper os outros e agir sem pensar muito;
  • Subtipo combinado – a desatenção e a hiperatividade estão presentes na mesma proporção.

Por que é importante falar sobre TDAH?

O TDAH é cada vez mais conhecido. Entretanto, ainda existem pessoas com o transtorno que nunca foram diagnosticadas, além de haver muito estigma e preconceito a respeito, o que pode levar os portadores a enfrentar diversos problemas no convívio social, acadêmico e profissional, seja por falta de diagnóstico ou preconceito, e a ser vistos como:

  • Imaturos;
  • Indelicados;
  • Pouco confiáveis;
  • Emocionalmente desequilibrados;
  • Com caráter duvidoso.

Abordar o TDAH é uma forma de eliminar preconceitos e estigmas em relação ao transtorno, até mesmo dos próprios pacientes e/ou de seus responsáveis. Pois, muitas vezes, os pais têm receio de que os filhos não sejam aceitos entre os colegas, enquanto que os adultos temem ser depreciados e marginalizados. Há ainda os avessos ao tratamento medicamentoso, mesmo quando necessário, por achar que isso seria um indicativo de que a pessoa não é “normal”.

Outros prejuízos que o estigma e preconceito em relação ao TDAH podem causar nos portadores são os seguintes:

  • Abuso do álcool e outras substâncias;
  • Ansiedade;
  • Depressão;
  • Baixa autoestima;
  • Dificuldades de relacionamento;
  • Instabilidade no trabalho;
  • Aumento da taxa de mortalidade.

Falar sobre o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade ajuda a identificar o distúrbio. Ainda mais em adultos, pois como o TDAH é bastante atrelado a problemas de aprendizagem, a pessoa que já passou por essa fase acaba não atribuindo as dificuldades que teve ao transtorno e pode nunca ser diagnosticada e tratada adequadamente.

Quais são os sintomas do TDAH?

Além da desatenção, impulsividade e inquietude, há outros sintomas bastante comuns que caracterizam o TDAH como:

  • Esquecer ou perder as coisas frequentemente;
  • Dificuldade em se organizar;
  • Falta de concentração;
  • Distração;
  • Dificuldade em se relacionar com os outros;
  • Hiperfoco em certas ocasiões;
  • Irritabilidade;
  • Agressividade.

O distúrbio se manifesta de maneira diferente em cada pessoa. Portanto, nem todos os sinais e sintomas listados podem estar presentes. Além dessa variação de manifestações, a intensidade delas pode oscilar, sendo mais leve para uns e bastante excessiva para outros. Nesse sentido, duas pessoas com o diagnóstico podem ter níveis distintos, por exemplo, de falta de concentração.

  • Comorbidades – o TDAH pode ainda ser acompanhado de comorbidades, como depressão, ansiedade e transtorno do espectro do autismo.

Como é o diagnóstico de TDAH?

O TDAH costuma ser identificado nos primeiros anos de vida escolar da criança, quando é possível observar problemas de aprendizagem e convívio social. Apesar do diagnóstico ser mais comum entre os quatro e cinco anos de idade, também pode ocorrer em outras faixas etárias.

Como os sintomas do TDAH variam e podem estar atrelados a comorbidades, é preciso coletar diversas informações para o diagnóstico, por exemplo: histórico de saúde dos pais, testes de visão e audição e exames para descartar outras condições de saúde. Na fase adulta, a constatação do transtorno pode ser mais demorada, pois os sinais e sintomas costumam ser associados a traços da personalidade.

Em relação às crianças, os pais e professores devem estar atentos ao comportamento delas para, em caso de suspeita, procurar um especialista. Pois, quanto antes o diagnóstico for feito, mais fácil será o gerenciamento do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.

Quais são os mitos sobre TDAH?

Ainda há muita desinformação sobre o TDAH e não é raro que os portadores do transtorno sofram preconceito e sejam estigmatizados. Talvez a crença falsa mais preocupante em relação ao transtorno do déficit de atenção com hiperatividade seja a de que ele não existe. Pois, negar a existência dele significa dizer que as manifestações que o TDAH provoca são de responsabilidade da pessoa e que ela pode mudá-las na hora que quiser.

Porém, o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade é reconhecido pela CID-10, que é a classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados com a saúde. Desenvolvida pela OMS, é uma das principais ferramentas epidemiológicas da medicina. O distúrbio é neurobiológico, ou seja, o cérebro funciona de maneira diferente. Confira dois outros mitos sobre TDAH bem comuns:

  • Meninas não costumam ter TDAH

Existe a falsa ideia de que o transtorno com déficit de atenção com hiperatividade acomete mais os meninos. No passado, os protocolos para o diagnóstico eram mais direcionados para o gênero masculino. Mas, com o tempo, os médicos perceberam que, na verdade, as meninas não costumam apresentar a hiperatividade, que é uma das principais manifestações do TDAH.

  • Sempre que as manifestações clássicas aparecerem a pessoa tem TDAH

Impulsividade, desatenção e hiperatividade são sintomas clássicos do transtorno com déficit de atenção com hiperatividade, entretanto, podem confundir o diagnóstico. Isso porque nem todas as pessoas que apresentam esses comportamentos possuem o transtorno. Não há uma lista fechada de sinais e sintomas ou apenas um teste para o diagnóstico. Por isso, é muito importante procurar um especialista, evitando autodiagnóstico e automedicação.

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