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Qual a importância das atividades extracurriculares para quem tem TDAH?

Fazer atividade física e praticar um hobby no tempo livre são sempre recomendados para melhorar a saúde mental e ter mais qualidade de vida. Mas, manter atividades extracurriculares na rotina diária tem um impacto especialmente importante para quem tem TDAH, o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade. Estima-se que entre 3% e 5% das crianças apresentam o transtorno, que causa dificuldade em manter a atenção e o foco. Continue a leitura para entender como essas atividades podem ajudar quem tem o transtorno e quais são as práticas mais recomendadas.

O que é TDAH?

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade é uma condição neurobiológica caracterizada por sintomas como falta de atenção, inquietação e impulsividade. Embora a causa do TDAH não seja clara, os fatores que podem estar envolvidos em seu surgimento incluem a genética, o ambiente ou problemas no sistema nervoso central em momentos-chave do desenvolvimento.

Geralmente, o transtorno se manifesta ainda na infância e pode acompanhar a pessoa por toda a vida. Atualmente, é cada vez mais frequente o diagnóstico em adultos, que provavelmente manifestaram os primeiros sinais quando eram menores, mas não foram corretamente avaliados.

O TDAH pode ser dividido em três subtipos, conforme a predominância de determinados sinais e sintomas:

  • Subtipo predominantemente desatento – quando a maior parte dos sintomas está relacionada com desatenção e distração;
  • Subtipo predominantemente hiperativo – quando a maioria dos sinais e sintomas tem relação com hiperatividade e impulsividade;
  • Subtipo combinado – quando há uma mistura de desatenção e hiperatividade.

Atividades extracurriculares são importantes para quem tem TDAH?

Diversos estudos demonstram que realizar 30 minutos de atividade esportiva por dia ou participar de outros tipos de atividade extracurricular, como pintura e meditação, podem reduzir os sintomas de crianças com TDAH, melhorando sua qualidade de vida.

Uma das explicações para isso é que a prática esportiva ajuda a liberar hormônios ligados ao bem-estar no nosso corpo. Um deles é a dopamina, que costuma estar em níveis mais baixos em pacientes com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.

  • Dopamina – é um neurotransmissor que tem várias funções, como regular o humor, o estresse e a concentração, bem como estimular a memória e o raciocínio.

No caso de outras atividades extracurriculares, como meditação e educação artística, são estimuladas habilidades como foco, atenção e criatividade. Além disso, as atividades extracurriculares podem ser um importante meio para a criança se expressar e aprender a lidar com sentimentos intensos e desafiadores, além de auxiliar no desenvolvimento da autoestima e de habilidades sociais.

Praticar esportes é bom para quem tem TDAH?

A prática de exercícios físicos e atividades esportivas auxilia no controle dos sintomas do TDAH ao elevar os níveis de dopamina e noradrenalina no cérebro – duas substâncias que costumam estar em baixa em pessoas com o transtorno.

  • Noradrenalina – atua como hormônio e neurotransmissor, preparando o corpo para a reação de “luta ou fuga” em situações de perigo ou fortes emoções. Mas ela também age no cérebro na parte da atenção, memória de dados, aprendizado e processamento de informações.

A escolha do melhor esporte, no entanto, vai depender da personalidade e do tipo de TDAH que a criança possui. Isso porque é importante que ela tenha interesse em praticar aquela modalidade e que a prática seja benéfica para fortalecer as habilidades únicas que cada criança possui. Veja, a seguir, algumas opções de esporte e os benefícios delas:

Natação – estimula a disciplina e o foco, além de oferecer interação social e sentimento de pertencimento de grupo.

Artes marciais – autocontrole, disciplina e respeito ao próximo são estimulados nas aulas, que também possuem rituais que ajudam a estruturar uma rotina e dar menos chance de distração.

Tênis – além de estimular a atenção, a força necessária para as rebatidas pode ser uma forma de extravasar a raiva e a frustação, sentimentos comuns em quem vive com TDAH.

Ginástica olímpica – além de necessitar de muita atenção para executar os movimentos, os aparelhos de ginástica também podem ajudar a desenvolver força e equilíbrio, questões sensoriais que podem se apresentar para algumas pessoas com TDAH.

Futebol – assim como outros esportes em time, é uma forma importante de estimular o trabalho em equipe e as habilidades sociais.

Hipismo – os cavalos têm a habilidade de copiar os comportamentos e as emoções do cavaleiro. Assim, a criança com TDAH vai aprender a observar e responder ao comportamento do animal em vez de reagir da mesma forma.

Atividades artísticas são indicadas para quem tem TDAH?

Crianças e adolescentes com TDAH com frequência sentem-se irritados e frustrados pelas dificuldades que enfrentam no ambiente escolar e em seus relacionamentos, além de possuírem baixa autoestima e pouca habilidade de interação social.

Por outro lado, essa faixa etária é conhecida por se expressar muito bem por meio de desenhos, pinturas e outras atividades artísticas. Dessa forma, esse tipo de atividade pode ajudar quem tem TDAH a se acalmar e a extravasar os sentimentos de forma não-verbal.

Atividades como pintura, desenho, escultura e outras envolvendo as artes ajudam a melhorar o bem-estar e a confiança nas crianças na medida em que as auxilia a modular o próprio humor, reduzir o estresse e expor problemas emocionais.

Além disso, esse tipo de atividade estimula os relacionamentos interpessoais e a criatividade – o que ajuda a equilibrar neurotransmissores importantes no cérebro, como a serotonina, ligada à sensação de prazer e bem-estar.

Por fim, as atividades artísticas também engajam as crianças e os adolescentes em ações que trabalham os sentidos. Para muitas pessoas com TDAH, equilíbrio, noções de orientação espacial e outras deficiências sensoriais são comuns, o que torna a atividade artística importante para fortalecer esse lado também.

Meditação ajuda quem tem TDAH?

Com frequência, crianças e adolescentes com TDAH precisam lidar com sintomas de ansiedade generalizada pelo excesso de pensamentos que têm ou pela hiperestimulação sensorial que sentem. Dessa forma, a meditação pode, sim, se tornar uma boa ferramenta para lidar com esses sentimentos, especialmente quando essas pessoas sentirem-se perdendo o controle e precisando de uma “âncora” contra pensamentos intrusivos.

A meditação também é importante para ajudar a pessoa com TDAH a se conectar melhor com o corpo, reduzindo a necessidade que algumas têm de se mexer ou levantar a todo momento, por exemplo, e melhorado o foco e a atenção nas atividades que estão realizando.

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